Vitória e derrota

Nem sempre consigo atingir o meu objetivo de pedal. “Ah, Lu, você deve ter pensado que nem deveria ter saído de casa para pedalar, não é mesmo?” Não, de jeito nenhum, pois o importante é sempre tentar. Além disso, como eu iria saber se alcançaria ou não o meu alvo?  Não tenho bola de cristal. Só encarando mesmo!

Serra do Rio do Rastro 

No dia 24 de junho de 2023, voltei à serra que sempre faz os meus olhos brilharem diante de sua beleza e imponência. Lotamos duas vans com ciclistas animados do Floripa Bike Club (FBC), alguns deles enfrentando pela primeira vez a Serra do Rio do Rastro (SRR). Fiquei responsável por fechar o grupo, mas ganhei a parceria do amigo Leo para cuidar e incentivar os ciclistas que iam em nossa frente. Com uma bicicleta pesada e indo pela primeira vez na SRR, a querida Joana se revelou ser uma jovem muito valente e divertida. O Leo emprestou a bike dele, por ser mais leve, para ela não sofrer tanto na subida, enquanto ele passou a usar a dela. Nas últimas curvas sinuosas, Leo me disse que eu podia ir adiante. Assim, fui subindo, subindo… Parei em recuo de uma curva para ver se eu conseguia avistar Leo e Joana. Alguns ciclistas do nosso grupo já desciam a serra e, entre eles, vinha a amiga Dai que me perguntou como estava a situação e disse para eu continuar a pedalada que, caso necessário, ela mesma ia dar o apoio ao Leo e Joana.

No Distrito de Guatá, em Lauro Müller, rumo à SRR. Foto: @thalitapovoanutri
A alegria de estar de volta na SRR. Foto: Rodrigo Baltazar
Parte da galera do Floripa Bike Club na SRR. Foto: @fbc_experience

Lá fui continuar a subir, subindo, subindo… Já no alto de Bom Jardim da Serra, um vento forte quase me derrubou da bicicleta. Cheguei ao mirante, ao topo, uhuuuu! Quem estava lá me esperando? A querida Michele! Ela bateu fotos da minha felicidade de concluir a subida na SRR pela oitava vez! Depois de compartilhar nossas alegrias, Mi desceu pedalando a serra. Fiquei aguardando a chegada da Joana e do Leo e fiz o mesmo papel da amiga Mi de fotografar os dois. Preciso falar um pouco mais da Joana! Ela nunca tinha pedalado no Morro da Cruz e no Morro da Lagoa, lugares de Floripa que são bons treinos de escalada, e nem distância acima de 25 km! Em nenhum momento, ela desistiu de subir, mesmo estando muito cansada. Ela queria chegar até o fim da empreitada. Que garota destemida!

Joana pela primeira vez na SRR. Guerreira! Foto: @fbc_experience
Com Leo e Joana. Foto: Luciana Vieira

Todos os participantes conseguiram completar a subida na SRR com louvor! Todos foram guerreiros e parceiros, um estimulando o outro. Muito grata, meu Deus! O dia foi com sol esquentando no início da subida e sem neblina. Só no topo do mirante de Bom Jardim da Serra deu para sentir um pouco de frio. Deu para ver toda a beleza da serra enquanto eu subia. Estreei a Hope (gravel) na SRR e me senti muito bem com ela. Subi e desci com bastante tranquilidade. Em comparação com as outras vezes, considerei a ocasião que teve menos trânsito de veículos motorizados.

Cheguei ao topo! Grata a Deus! Foto: @chele_biker
Oitava vez na SRR e com a gravel Hope. Foto: @chele_biker

Meus resultados: 50,63 km de distância e 1.394 metros de ganho de elevação.

Organização: @fbc_experience @floripabikeclub

Transporte: @vinatturismo @denilsonmadruga

Atualizando a minha listinha de pedalar na SRR:

  1. 27/02/2016 – subi e desci – dia ensolarado e muito quente;
  2. 19/03/2016 – subi e desci – pedal noturno e teve chuva em alguns momentos;
  3. 29/01/2017 – subi e desci – nublado e clima agradável;
  4. 24/09/2017 – somente subi – muita neblina e chuva no final da subida;
  5. 02/04/2022 – somente subi – chuva e nevoeiro;
  6. 24/09/2022 – subi e desci – dia ensolarado, sem neblina e clima agradável;
  7. 14/01/2023 – subi e desci – dia ensolarado, muito quente, mas a temperatura amenizou nos trechos mais difíceis;
  8. 24/06/2023 – subi e desci – dia ensolarado, sem neblina e temperatura quente no início da subida. Estreia da Hope (gravel).

Morro da Igreja 

Sim, de novo, em Urubici, para pedalar no Morro da Igreja no dia 8 de julho. Saímos de van de Floripa com um grupo pequeno e muito animado. Estava chovendo, mas a previsão mostrava que ia parar por volta das 9 horas da manhã. Ao chegar em Urubici, procuramos retardar o início do passeio e ir sem chuva. No entanto, já queríamos começar logo. Até então, eu não via nenhum problema, porque já pedalei na chuva várias vezes. Durante a subida no Morro da Igreja, parou de chover e o sol apareceu. Comecei a ter um pouco de tosse seca e muita coriza que me fizeram desistir de continuar a pedalada ao alcançar a guarita da região (metade da subida). Força eu tinha, respiração não. A rinite alérgica tomou conta de mim.

Começamos a pedalar ainda na chuva! Foto: @fbc_experience
No início da subida do Morro da Igreja. Foto: @fbc_experience
Consegui subir apenas a metade do Morro da Igreja. Não deu… Foto: Luciana Vieira

Ver a galera do FBC concluir a subida do Morro da Igreja, alguns ciclistas indo pela primeira vez (incluindo a sensacional Joana), e a animação do pessoal com a comemoração do aniversário da Dai, do Felipe e do Madruga afastaram o meu sentimento de frustração por não conquistar a minha sétima subida nesse lugar imponente. Todos foram sensacionais e mostraram muita garra ao se desafiarem em tempo instável e subida difícil (ao chegarem ao topo do morro, estava muito frio e havia muita neblina).

As guerreiras Selma e Joana alcançaram o cume do Morro da Igreja (neblina, chuva e frio). Foto: @fbc_experience
Os aniversariantes Madruga, Felipe e Dai. Foto: @fbc_experience

Nem sempre consigo obter vitória em meus pedais. Ao me separar do pessoal e voltar para a casa, a frustração veio, fiquei brava comigo mesma, e, com a graça de Deus e o passar dos dias, consegui aceitar as minhas falhas. Derrota sempre traz aprendizados. Vitória também, claro. Então, Morro da Igreja, até a próxima oportunidade!

Organização: @fbc_experience @floripabikeclub

Transporte: @denilsonmadruga

Sabendo mais 

Encontrei esta bela e singela oração do ciclista no Instagram de @preta_lucas e @personalgrarodrigues na forma de vídeo. Isso tocou o meu coração, porque sempre peço também ao meu bom Deus.

Oração do ciclista!

Senhor,

Protegei-nos a cada pedal que realizamos.

Dai-nos força nas subidas, equilíbrio e segurança nas descidas e amparo nas quedas.

Que a cada tombo em nossa vida, saibamos nos levantar e nunca desistir de nossos sonhos.

Obrigado, meu Pai, pela saúde, pelas amizades e pela oportunidade de desfrutarmos da natureza que o Senhor fez para todos nós.

Amém!

Contatos do blog 

Instagram: @aquelaquepedala

E-mail: aquelaquepedala@gmail.com

Serra do Rio do Rastro Urubici

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Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

2 comentários Deixe um comentário

  1. Parabéns pela coragem Luciana. É assim mesmo. A cada dia de nossas vidas aprendemos alguma coisa. Seja na vitória ou na derrota sempre podemos tirar lições que nos ensinam a viver melhor e crescer como ser humano.

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