Volta cheia de emoções

Fazia tempo que não me desafiava a pedalar por mais de 100 km. Tive a oportunidade com a “Volta a Ilha – Rota da Cerveja”, organizada pelo Floripa Bike Club. O evento ganhou esse nome, porque a cerveja tem lugar cativo na vida de boa parte dos ciclistas.

Logo cedinho, por volta das sete horas da manhã, eu já estava no ponto de encontro. Além do pessoal de Floripa, participaram também as mulheres de Itapema, grupo carinhosamente chamado de “As Maricotas”, e os ciclistas de Pato Branco/PR com o nome radical de “Quebra Freio”. O amanhecer teve muita neblina. Ao longo do dia, o sol deu o seu brilho e o clima apresentou temperatura amena, condições excelentes para um pedal longo.

Enquanto não começava o desafio e eu papeava com a galera, senti um frio na barriga. “Ô, Lu, sua doida, faz tempo que não pedala por mais de 100 km, hein!” Eita, mente minha! Havia a opção de realizar em percurso menor, o de ir somente pelo sul da ilha. Porém, minha decisão imediata ao saber do evento foi girar a ilha todinha. Balancei a minha cabeça e decidi: se eu não aguentar, vou no trajeto mais curto, de 67 km. Sem frescura!

Olha a neblina! Foto: Foco Radical

Para minha surpresa e alegria, eu me senti muito bem durante todo o percurso. Do meu jeito: sem pressa e sem pressão. Passei por regiões que tinha saudades e me surpreendi com o aumento da urbanização de algumas localidades. Preocupou-me ver tantas construções novas. Afinal, é uma ilha! Posso estar totalmente errada, mas penso que uma ilha não deveria ter tanta urbanização. Quanto mais selvagem melhor!

No Ribeirão da Ilha. Foto: Aline de Matos
No Morro das Pedras. Foto: Foco Radical
Na Praia Mole. Foto: Aline de Matos

Fiz pausas a fim de me hidratar e alimentar. Em alguns momentos, pedalei sozinha. Quando outros ciclistas estão junto de mim e vão mais rápido do que eu, procuro avisá-los para irem adiante.  Caso eu me perca, pergunto a alguém da região ou consulto o celular. Nos últimos 50 km, eu me juntei a quatro mulheres sensacionais: Dai, Mi, Cris e Tatá. Formamos o pelotão das brabas com muita parceria e diversão.  A empolgação era tanta que uma delas já propôs fazer 200 km na próxima oportunidade. Todas toparam. Mulheres guerreiras e contagiantes! Muito me alegra ver mais mulheres adeptas ao ciclismo, encarando com garra os obstáculos do dia.

Pelotão das brabas! Foto: Daiane Vanusa

Medo por querer pedalar 200 km? Sim, não há problema nenhum em ter medo, desde que esteja acompanhado da coragem.

É muito bom sair da nossa zona de conforto. A minha volta à ilha resultou em 149,57 Km (se eu tivesse olhado o celular, poderia chegar a 150 km). Oh, glória ao Senhor! “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo por onde quer que andares” – Josué 1:9 – Meu versículo predileto. A emoção da conquista foi tanta que no dia seguinte me senti radiante e nada cansada, e saí de casa ao encontro de minha querida família numa praia de Palhoça.

Sabendo mais

Em Florianópolis, na parte insular, existe a Via Amiga do Ciclista (VAC) que é uma pista central da beira-mar norte liberada para os treinos de ciclismo aos domingos pela manhã. Funciona das seis às onze horas e o espaço exclusivo começa na Praça Celso Ramos até o Terminal da Trindade (TiTri).

Além disso, há a rua do lazer, destinada a passeio ciclístico, patinação, skate, corrida a pé, etc., que funciona no mesmo horário, vai do cruzamento da pista central da beira-mar norte com a Avenida Mauro Ramos até o cruzamento com a Rua Arno Hoeschel.

Recomendo seguir @viaamigadociclista para ficar atento aos avisos, pois pode não ter a VAC em determinado domingo como, por exemplo, a pista ser liberada para competição de corridas a pé.

Na Via Amiga do Ciclista. Foto: Vinícius Leyser da Rosa

Outros lugares

Luciana Vieira Visualizar tudo →

Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

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