Em descanso com a bicicleta

Tirei férias na primeira quinzena de junho e a bicicleta viajou comigo para Joinville e São Bento do Sul. Desde que comecei a pedalar com frequência, a bike sempre esteve presente nas pausas mais longas do meu trabalho. Quando não pude levar a minha, emprestei de alguém ou aluguei uma bike.

Além de pedalar, desejava rever parentes e amigos, alguns deles não via pessoalmente desde o início da pandemia do coronavírus. Pedalei poucas vezes, pois choveu na maioria dos dias de minhas férias. A frustração não foi grande, porque tive a felicidade e a emoção de rever tantas pessoas amadas do meu viver.

Num sábado que não chovia, em Joinville, o plano era ir pedalando ao apartamento de uma amiga. Já estava quase pronta e… epa! Cadê o capacete? Procurei por ele mais de uma vez no carro e na casa da minha mãe. Não era possível, eu não o havia levado! Fiquei transtornada, porque arrumei as coisas da viagem com muita tranquilidade e sem pressa. Bah, não pedalo sem ele!  Solução: convidei minha amiga e fomos juntas comprar um capacete.

Consegui pedalar apenas em uma tarde, mas foi bem aproveitada. No centro de Joinville encarei o Morro do Mirante. Lá encontrei muitos ciclistas treinando subidas e descidas. Também perambulei de bike pelas estradas de terra no entorno da Arena Joinville e em algumas ruas dos bairros Bucarein e Guanabara. Quinze minutos depois de chegar em casa, caiu uma forte chuva. Escapei bonito e por pouco!

Homenagem aos primeiros imigrantes da Colônia Dona Francisca, hoje Joinville. Foto: Luciana Vieira
Prefeitura de Joinville. Foto: Luciana Vieira
Painel antes da entrada do Morro do Mirante. Foto: Luciana Vieira
Homenagem ao Fritz, o mais famoso jacaré de Joinville. Foto: Luciana Vieira

Fui a São Bento do Sul assim que o tempo se mostrou favorável para pedalar. É uma cidade que marcou parte da minha infância, localizada no planalto norte de Santa Catarina, distante 78 km de Joinville. Vivi dias maravilhosos de sol e senti muito frio, brrr! No primeiro dia, optei por caminhar na Avenida dos Imigrantes e seus arredores a fim de me ambientar e estudar o trajeto a ser percorrido de bike. Ah, no segundo dia, saí com a magrela! Que dia glorioso, estupendo! Em alguns trechos do centro da cidade, preferi andar para curtir mais a região. Passei na frente da escola pública onde fiz a primeira série do primário (equivalente hoje ao segundo ano do ensino fundamental). Ah, que orgulho! A escola está tão linda! Também fui até as ruas das duas casas onde moramos. Emocionante ver os lugares onde vivi quando era pequena!

Eu pedalando na rua da segunda casa onde moramos em São Bento do Sul em 1983.
Fiquei encantada com os lírios-tocha! Que cores vibrantes! Foto: Luciana Vieira
A escola onde estudei está tão linda! Foto: Luciana Vieira
Na Avenida dos Imigrantes. Foto: Luciana Vieira

O povo de São Bento do Sul é tão simpático! Foi uma alegria cruzar com algumas pessoas falando “bom dia” para mim e com sorriso no rosto. Tenho uma doce lembrança da Praça Getúlio Vargas (hoje chama-se Praça Jardim dos Imigrantes, o nome foi alterado após a última reforma do lugar em 2020), no centro da cidade, que mantém o coreto até hoje, local de apresentações artísticas. Eu e as crianças costumávamos correr dançando em volta do coreto durante as apresentações da Banda Treml (existe desde 1913). No término, os músicos jogavam balas para a gente. Era uma festa! Outro lugar que me encanta de tão imponente é onde está a Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria no alto de uma escadaria e em frente à Praça Jardim dos Imigrantes. Na escadaria há uma exposição de quadros contando a história de Jesus. De cima, também dá para contemplar o belo visual da cidade.

Coreto na Praça Jardim dos Imigrantes, no centro de São Bento do Sul. Foto: Luciana Vieira
Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria. Foto: Luciana Vieira

No terceiro e último dia de pedal, optei por treinar na Avenida dos Imigrantes e fiz um circuito de cinco voltas. Antes disso, pedalei nas ruas altas do bairro Progresso, sendo que algumas são de terra, minha pista predileta. Foi um lindo dia ensolarado e gelado. Não tirei nenhuma peça de roupa, uma raridade acontecer isso! Amo o frio!

Passei todos os dias para dar um “oi” ao lindo cavalo e admirar os lírios-tocha.

Ah, meu Deus amado, apesar de pedalar poucas vezes nas férias, foram duas semanas muito boas e bem aproveitadas! Descansei bastante e curti cada instante com pessoas queridas da minha vida. Grata a ti, Senhor!

Sabendo mais

Eu tive a feliz experiência de pedalar no Circuito do Vale Europeu em duas etapas e já contei aqui em meu blog.

São Bento do Sul é uma das cidades que fazem parte do Circuito das Araucárias. Segundo ciclistas conhecidos, o grau de dificuldade de pedalar é maior do que no Vale Europeu. São 270 quilômetros de trajeto e, além de São Bento do Sul, inclui as regiões das cidades de Campo Alegre, Corupá e Rio Negrinho, todas no planalto norte de Santa Catarina. Desejo fazer esse Circuito, de preferência em companhia de ciclistas amigos. No entanto, preciso treinar mais antes de encarar esse desafio. Um sonho a realizar! Neste site há mais informações sobre o Circuito: https://www.circuitodasaraucarias.com.br/

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Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

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