Luta pela sobrevivência
Aos seis anos de idade, Jair aprendeu a nadar no estilo “cachorrinho” na praia de Ubatuba, em São Francisco do Sul/SC. Mal havia aprendido, no dia seguinte, o menino entrou num redemoinho marítimo. Sua mãe, Celina, correu em seu socorro e também acabou “presa” na corrente. Sendo pequeno, Jair logo foi jogado ao alto-mar. Dois jovens em férias, atletas de natação e acadêmicos de Curitiba/PR, entraram imediatamente na água para acudi-los. O jovem Pereira salvou Celina, mas teve dificuldades por causa do desespero dela. O rapaz procurou acalmá-la dizendo a ela para se deixar flutuar ou boiar, mas Celina tentava agarrá-lo várias vezes e deixou suas costas arranhadas. O jovem Büschle foi em direção ao menino que já nadava por muito tempo no estilo “cachorrinho” quando seu salvador o alcançou e o levou de volta à praia.
Vinte anos se passaram e os parentes curtiam a praia de Barra do Sul, em Araquari/SC. Suas águas não eram calmas (ainda nos dias de hoje é assim) e havia um trecho do mar que os moradores evitavam entrar, pois ali tinha a formação de um redemoinho. Não existiam bandeiras de alertas ou salva-vidas como nos dias de hoje. Para quem não conhecia a região, a recomendação era perguntar aos moradores onde se banhar tranquilamente. Jair conversava com o primo Gilberto (que veio a se tornar ginecologista como seu pai), quando, de repente, dois jovens turistas de Curitiba entraram no ponto onde se formava o redemoinho. Jair e seu irmão Nahor correram para socorrê-los. Uma senhora foi em casa buscar pneu com corda e entregou a Nahor que usou para tirar um dos rapazes da corrente. O outro jovem havia submergido. Jair nadou à procura dele e o encontrou afundando no mar. O rapaz estava exausto e não tinha mais força para lutar. Jair conseguiu voltar à praia com o jovem quase morto, pois ele havia ingerido muita água. Antonio Dias Tavares, sobrinho de Alipio e pai de Gilberto, sendo médico, orientou as pessoas a se afastarem a fim de prestar socorro ao rapaz. Pediu a homens fortes que o virassem e o segurassem de cabeça para baixo, enquanto o médico apertava o abdômen do rapaz, como se ele estivesse torcendo panos de tecido. Com essa ação, o jovem soltou um “grito primal” (urro) e começou a expelir água. Na sequência, deitaram o rapaz na areia e o médico fez massagem cardíaca e respiração boca a boca. No dia seguinte, os pais desse jovem foram agradecer à família pelo socorro. O jovem sobreviveu sem sequelas.
Observação: Jair e Nahor, são meu pai e meu tio. Celina, minha avó (não conheci), e Alipio (conheci bem pequena), meu avô.


Sabendo mais
Quando eu e meus irmãos éramos crianças, meu pai anunciou que iríamos para a escola de natação. Eu, a mais velha, já tinha 10 ou 11 anos de idade e disse: “Pra quê? Eu já sei nadar.” Nem preciso explicar o motivo, não é mesmo? Tem tudo a ver com essa experiência do pai na infância e na juventude. Então, aprendi todos os estilos de natação, como salvar alguém na água e participei de competições. Mesmo com esses aprendizados, como meu pai frisou na época, não garantem o sucesso em casos de afogamento, mas podem me auxiliar a manter a calma e pensar em como proceder em determinada situação.
Em muitas pedaladas longas que fiz, passei por praias, rios, cachoeiras e lagoas, mas, raramente, entrei na água de corpo inteiro. Apenas molhei as mãos, pés e rosto. Se entro para mergulhar, fico muito relaxada, quase sonolenta, ao sair da água. Isso pode tirar a minha concentração e a minha força durante o pedal. Então, se quero nadar, precisa ser em um dia que eu não vá pedalar. Há pessoas que conseguem fazer isso, mas sei não ser o meu caso.

Hoje tenho outro esporte aquático que é stand up padle (SUP). Remar em pé é tão bom quanto pedalar. Haja equilíbrio! Quando estou em alto-mar, gosto de nadar em volta da prancha. Tão prazeroso e, ao mesmo tempo, dá aquele frio na barriga por estar encarando o fundo do mar. Mergulho de olhos abertos, mas gostaria de enxergar mais. Desde que começou a pandemia, não fui mais remar. Sinto falta disso. Será que ainda sei ficar de pé na prancha?
Viva a água e a bicicleta! Além de aprender a pedalar, o meu pai me ensinou a dar as primeiras braçadas antes de ir à escola de natação. Que pai o Senhor me deu, hein! Obrigada, glória a Deus!

Luciana Vieira Visualizar tudo →
Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com
Parabéns Luciana! Muito bom o texto. Exatamente como o Jair contava.
Obrigada! Faço o possível para escrever exatamente como ele relatava.
Que linda história, cheia de aventuras e amor ao próximo.
Como é bom saber mais de minha família, me sinto mais perto de vocês, te amo prima ❤️💐
Que bom saber que está gostando, prima Kora. Amo você!
Parabéns Lu querida, muito bom o seu texto,
Boas lembranças né Lu.
Um beijo!!!
Nem me fale, Marlene, são boas e doces lembranças. Obrigada e um beijo pra ti também!
Adorei o seu texto querida. Parabéns. Beijão
Que bom que gostou, Clau, obrigada. Beijão pra você e sua família!
Que história emocionante! Obrigada por compartilhar! Amei!
Obrigada, Célia! Espero continuar escrevendo histórias de se emocionar.
Que linda história prima!Obrigada por compartilhar…me sinto mais próxima de nossa família!Bjs querida…até a próxima!
Que bom saber disso, Keila, obrigada e até a próxima história!
Que gostoso viajar com você em suas histórias. Amei. Que Deus a proteja em toda a sua caminhada.
Obrigada, Ester! Fico feliz em saber que os meus textos proporcionam uma boa viagem. Que Deus proteja você também em sua jornada.