Calma, serena e tranquila

Pedalando busco a Deus que me dá calma, serenidade e tranquilidade. Ele me presenteia abrindo os meus olhos e a minha alma para as belezas ao meu redor: sol, chuva, orvalhos, campos, montanhas, mar, rios, cachoeiras, céu, pássaros, flores, árvores, borboletas… São maravilhas incontáveis a contemplar e, ao mesmo tempo, um lembrete de que nós devemos cuidar melhor da natureza. Fico muito triste ao encontrar o desrespeito ao meio ambiente. As bitucas de cigarro são um exemplo. Infelizmente, não há um dia sequer sem me deparar com elas no chão. Quando estou fora de casa, costumo levar um saco plástico comigo e usá-lo para guardar as minhas sujeiras até aparecer uma lixeira. Com a pandemia do coronavírus, um “novo lixo” se tornou comum de ver em meu trajeto, seja a pé ou de bike. Adivinhem! As máscaras. Entendo que acontecem incidentes, mas não deveria ser tão constante avistá-las no chão, não é mesmo? Vamos estar mais atentos aos nossos hábitos e atitudes.

Deus sempre me presenteia com vista maravilhosa durante o pedal! Foto: Luciana Vieira – 27/01/2021

Escrever este blog também me deixa calma, serena e tranquila. Já são cinco anos escrevendo aqui. Escolhi o dia 24 de março como data de estreia de meu blog em homenagem ao meu saudoso pai, o responsável por me ensinar a pedalar, que faria 80 anos de idade neste ano. No dia 18 de fevereiro completei oito anos indo de bike ao trabalho, sendo meu principal meio de transporte. Então, este texto é comemorativo, de gratidão e de reflexão.

Tão bom ir de bike ao trabalho! Foto: Foco Radical – 11/03/2021
De bike ao trabalho, eu vou! Foto: Foco Radical – 18/03/2021

Nesse meu oitavo ano de uso da bicicleta para me locomover, há coisas boas e ruins. Mais pessoas passaram a usar a magrela. Acredito que estão vivenciando os prazeres de uma pedalada que tanto falo por aqui. Uma avenida ao lado da empresa onde trabalho ganhou ciclofaixa no lugar onde era estacionamento. Fiquei muito feliz com essa melhoria. Agora não preciso me preocupar em levar uma portada das pessoas que não olham para trás ao saírem do automóvel. Ainda continuo esperando pela conclusão das obras da principal avenida do bairro Pantanal, em Florianópolis, que, entre suas melhorias, contempla a ciclofaixa. A meu ver, a Avenida Antônio Edu Vieira está ficando com uma história semelhante à da Ponte Hercílio Luz (veja post A ponte que não cai): nunca termina! A ponte teve a sua conclusão em 2019, mas foram mais de 20 anos de enrolações! O que dizer das passarelas? As manutenções de uma delas estão paradas. Uma passarela foi retirada e até hoje não colocaram uma nova em seu lugar. Muitas pessoas arriscam a sua vida ao atravessarem a avenida de muito trânsito de veículos automotores e em alta velocidade. Como cidadã, manifesto meus pedidos de informação, reclamações e sugestões de solução em canais de órgãos públicos como o Fale Conosco ou a Ouvidoria.

Obras paradas na Avenida Antônio Edu Vieira. Foto: Luciana Vieira – 13/12/2020
Ciclofaixa na Avenida César Seara – Foto: Luciana Vieira – 25/03/2021

A pandemia do coronavírus tem feito as pessoas ficarem à beira de ataque de nervos. Muito cuidado! Não vale a pena criticar sem apontar soluções. Enquanto a vacina não chega a todos, continuemos usando máscara, fazendo uma boa higiene e evitando aglomerações de pessoas. Com esses costumes, talvez nem se falasse de “lockdown” novamente. Tempo atrás li um pensamento interessante, sem autoria, que dizia assim:

Não estamos todos no mesmo barco, fato. Estamos todos na mesma tempestade, mas em barcos diferentes. Uns estão em iates, outros em botes, outros em canoas que já estão afundando. Por isso vamos ter empatia pela dor do outro e nos respeitar mais.

Posso estar enganada: vivemos diante de um vírus fazendo a festa em todos os cantos do planeta Terra. Parece-me que não há um lugar que escapa. Devemos ter paciência com a produção de vacinas, bem como respeitar as etapas da compra delas. Há falta de vacinas em alguns países, não só no Brasil. Então, fiquem calmos, serenos e tranquilos com estas recomendações ressoadas a todo instante: usem máscara, tenham higiene adequada e evitem aglomerações de pessoas.  Afinal, o vírus é danado e não dá trégua. Mesmo quando a maioria for vacinada, não nos acomodemos com os cuidados à saúde e fiquemos atentos à eficácia da vacina. Ah, muito importante também: tomar água, ter alimentação saudável e fazer exercícios físicos. Essas dicas não devem ser abandonadas durante a pandemia. Não deixemos a máscara se tornar a vilã pelo esquecimento de beber água! Ao pedalar, que é um excelente exercício físico, não se esqueçam de levar junto o precioso líquido!

Pedalar é um bom exercício físico e sempre levo garrafa de água comigo. Foto: Foco Radical – 26/03/2021

Faça como eu: descubra ou, se já sabe qual é, use a sua válvula de escape! A minha é pedalar e escrever. Assim, fico calma, serena e tranquila, graças a Deus, e, consequentemente, atenta aos acontecimentos do mundo sem me estressar. “Carpe diem”! Procuro viver da melhor maneira possível como se fosse o meu último dia!

Carpe Diem! Foto: Luciana Vieira – 08/12/2020

Sabendo mais

Antes de ter meu próprio blog, escrevi em outros de amigos meus. Compartilho um texto publicado pela primeira vez no blog Máquina de Letras em 17/08/2009. Acho que foi o meu primeiro escrito na esfera virtual sobre a minha relação com a bike. Não registrei o dia da empreitada relatado no texto (foi bem antes da data de publicação no blog).

Pedalando na Beira-Mar Norte

Desde pequena conheço Florianópolis, capital de Santa Catarina, por ser a cidade onde vivem alguns parentes meus. Ela sempre exerceu um grande fascínio em mim. É a segunda oportunidade que estou tendo de morar na Ilha da Magia, como é conhecida Florianópolis. Desta vez consegui realizar um dos meus grandes sonhos: pedalar no calçadão da Beira-Mar Norte. Várias vezes olhei de dentro do ônibus e do carro para o calçadão com desejo de estar ali pedalando. Fazer caminhada é muito bom, mas, para mim, pedalar é muito melhor do que caminhar. Ambos são excelentes exercícios físicos e de relaxamento mental. Não lembro exatamente quando surgiu a minha paixão por andar de bicicleta. Posso dizer que andei muito de bicicleta na infância.

A primeira pedalada na Beira-Mar Norte de Florianópolis aconteceu na tarde de um domingo ensolarado. Eu não tinha bicicleta. Meu irmão emprestou a dele e lá fui sozinha realizar esse sonho. Estava muito atenta no trânsito antes de chegar ao destino desejado. Mal pisei no calçadão da Beira-Mar, a alegria encheu o meu peito. E fui pedalando e observando as pessoas. Uns caminhavam, corriam, alguns patinavam e outros também estavam andando de bicicleta. Como é bom ver as pessoas fazendo isso, pois elas estão valorizando o cuidado de sua saúde. Do ponto de onde comecei a andar de bicicleta, ainda não dava para ver o mar. Enquanto ele não aparecia, ora olhava para as árvores de um lado e de outro para a cidade e os carros que passavam por ali. Quando o mar surgiu, meus olhos brilharam. Logo lágrimas escorriam no meu rosto e eu sorria o tempo todo. Não sei o que as pessoas pensaram quando me viram. Era muita emoção. Estava muito grata a Deus pela oportunidade e por tantas maravilhas que Ele criou para nós. Enquanto eu observava o que estava em minha volta, pude pensar na minha vida, na minha família, no trabalho, nos amigos, nos outros sonhos… As dificuldades da vida pareciam tão pequenas naquele momento. Eu me sentia tão próxima de Deus e tão grata pela vida que tenho. Por que reclamar tanto? Agradecê-lo e sentir a sua presença é tão bom. Ao mesmo tempo, senti o quanto sou amada pela minha família e amigos. O vento e os raios solares batiam no meu rosto. Quando o vento ficava mais forte, eu precisava dar mais força para as minhas pernas. No trajeto da Beira-Mar Norte daquele dia, passei por uma passarela. Não consegui ter força para subir a rampa. Então, precisei descer da bicicleta e ir caminhando. Hoje consigo subir a rampa da passarela sem descer da “magrela”. Aproximei de duas das três pontes de Florianópolis, que ligam a ilha ao continente. Foi fascinante olhar as pontes de baixo e ouvir o barulho dos veículos que trafegavam nelas. A partir dessas pontes, fiz o trajeto de retorno para a casa do meu irmão. Em um trecho, resolvi sentar num banco do calçadão. E pude apreciar em minha frente a beleza e o movimento do mar, apesar das águas não serem próprias para banho. Fechei os meus olhos para sentir mais o toque do vento e dos raios solares. E depois continuei a andar de bicicleta até chegar à casa do meu irmão.

O sonho foi realizado. Até hoje pedalo na Beira-Mar Norte, principalmente aos domingos, quando tem sol. Meu irmão foi embora de Florianópolis e deixou a bicicleta dele para mim.

OBS.: É a terceira vez que moro em Floripa. Como melhorei a minha escrita e a pedalada nos últimos tempos! No entanto, o que senti ao andar de bike pela beira-mar norte é a mesma coisa nos dias de hoje: calma, serenidade e tranquilidade. Concordam?

Calma, serena e tranquila! Foto: Luciana Vieira – 23/02/2021

Reflexões

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Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

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