Era uma vez…

Pedalar traz histórias e experiências. Gosto de contá-las por meio deste blog com a esperança de que mais pessoas adotem a bike em várias atividades como lazer, esporte ou meio de locomoção. Se não fosse a Internet, provavelmente escreveria em um diário e não conseguiria compartilhar as situações que vivenciei com mais amigos. Então, vamos lá! Luluzinha vai contar mais histórias! Era uma vez…

Brusque e Guabiruba

O casal de amigos Claudia e Mauro Piconi comentou sobre o pedal em Brusque e Guabiruba organizado pela equipe da loja Darbike Shop, em sua décima edição. Depois de ouvir as boas recomendações, eu e meus amigos nos inscrevemos nesse passeio. Nem todos têm carro, por isso combinamos quem ia com quem em cada veículo dias antes. Eu fui com a minha amiga Pilar. Na madrugada do dia do evento, domingo de quatro de dezembro de 2016, chovia intensamente com fortes rajadas de vento. Havíamos combinado de partir de Florianópolis às 5 horas da manhã para Brusque. Por causa da falta de energia elétrica, enfrentamos alguns atropelos. Os organizadores confirmaram o evento, pois a previsão do tempo informou que não iria chover na região do passeio. Conseguimos sair da cidade somente às 6 horas da manhã. À medida que nos distanciávamos da Grande Florianópolis, a chuva diminuía.

Ufa, chegamos a tempo no Pavilhão da Fenarreco, ponto de concentração em Brusque! Graças a Deus! Montamos rapidamente as nossas bikes e fizemos um lanche antes de encarar a empreitada do dia. Quando começamos a pedalar, o sol mostrou a sua cara e predominou ao longo do dia, com um calor suportável. Fazia anos que não ia a Brusque e fiquei muito satisfeita em revê-la. Não conhecia Guabiruba e pensava se tratar de uma cidade bem pequena. Como eu me enganei! Até chegar à Guabiruba, o trajeto era em ruas asfaltadas e em paralelepípedos. Ao entramos nas estradas rurais, eu vibrei. Afinal, adoro pedalar em trechos de terra rodeada de muito verde. Meus olhos brilham ao avistar as árvores, as plantas, as flores, o rio e os pássaros. Havia muitos morros para subir e Luluzinha conseguiu concluir o percurso sem ter de empurrar a bicicleta. Ah, como fico feliz com esse feito!

Chegamos ao restaurante Lá nas Trutas, onde almoçamos e tivemos uma divertida e alegre confraternização. Houve sorteios de brindes e alguns de nossos amigos foram premiados. No retorno, havia mais descidas do que subidas. Ah, como adoro o vento no rosto! Luluzinha desceu em alta velocidade e pedalou mais rápido do que o habitual. Nesse dia, eu estava com vontade e disposta a ir mais forte e de me superar. Assim, acabei me distanciando do meu grupo de amigos. A Pilar é quem ficou mais próxima de mim, sendo que fomos as primeiras do nosso grupo a chegar ao local do almoço. Na volta para Brusque, também pedalamos forte.

Comemoramos muito o nosso passeio de 55 km! Quando retornamos à Florianópolis, soubemos dos estragos causados pelo temporal, principalmente na região sul da ilha. Surpreendente!

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Ô, que felicidade! Foto: Darbike Shop
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Viva o pedal junto de amigos! Foto: Darbike Shop

Pomerode

Uma semana depois, a Pilar e eu fomos a mais um passeio com outros amigos em Pomerode. Como nós somos apaixonados pela cidade, viajamos um dia antes para curtir o lugar e nos hospedamos em uma pousada. A temperatura estava mais alta do que a do passeio em Brusque e Guabiruba. O pedal, em sua segunda edição, foi organizado pela Free Force e ofereceu dois percursos: um de 20 km em áreas planas e outro de 40 km em partes com morros. Eu e a Pilar optamos pelo de 40 km. Os demais amigos, de 20 km.

Assim, no domingo de 11 de dezembro de 2016, encaramos mais um desafio. Havia dois morros difíceis pelo caminho, um de dificuldade média e o outro mais forte. Tínhamos condições de subir o médio, mas muitos ciclistas pararam na nossa frente. Eram tantos empurrando suas bicicletas que não havia espaço para ultrapassá-los. Assim, nós também acabamos descendo de nossas bikes. Fiquei um pouco frustrada. Só por pouco tempo, pois caminhar também é bom. Quando terminou a subida, voltamos a pedalar. Não demorou muito a aparecer o morro mais difícil do dia. Fomos subindo e a estrada ia ficando cada vez mais estreita. Parecia que estávamos em uma trilha. Muita gente parou e passou a empurrar a bicicleta. Nós fizemos o mesmo. No entanto, mesmo que não houvesse ciclistas em minha frente, eu iria acabar empurrando a bike, pois a subida era muito acentuada. De qualquer modo, valeu muito a pena caminhar, pois pude ver o esplendor da região.

A descida também foi muito difícil. Senti aquele frio na barriga e lá fui eu descendo rápido. No entanto, havia muitas ondulações na estrada e diminui a velocidade. Em certo ponto, avistei um grupo parado na estrada. Ao me aproximar, vi uma moça caída de bruços com ferimentos nas costas. O grupo que estava com ela não era o qual ela pertencia. Eles estavam mais a frente e não notaram a queda dela. O socorro já tinha sido chamado. Perguntei o nome da jovem. Hanna, creio que é assim que se escreve. Voltei a descer com mais cuidado ainda. Estava preocupada e emocionada com o acidente de Hanna. Roguei a Deus que não fosse nada grave. Encontrei alguns membros do grupo dela parados na estrada bem mais adiante de onde ela se acidentou. Perguntei a eles se sabiam do ocorrido. “Sim, fomos avisados por outras pessoas que passaram por nós.”. Muitos ciclistas usam a camisa de seu grupo, por isso pude identificá-los. Continuei a descida e escutei a sirene da ambulância. Suspirei: “Ufa, o socorro está chegando.”

Quando a descida acabou, parei na planície para aguardar a Pilar. Chegamos ao Parque de Eventos da cidade, onde aconteciam várias atividades. Desmontamos e guardamos as nossas bikes no carro dela. Logo encontramos nossos amigos que estavam assistindo os shows de dança e música no pavilhão. Almoçamos. Ai, que delíca! Nada como uma boa refeição para recuperarmos as forças! Os organizadores do evento nos informaram que, além de Hanna, mais um ciclista se acidentou. Ambos estavam bem e sendo atendidos pela equipe médica. Aproveitamos assistir as atrações do lugar e participamos dos sorteios de brindes. Do nosso grupo, uma amiga foi premiada com uma calça bretelle de ciclismo. Era hora de voltar para Florianópolis. Ah, Pomerode, sua linda! Até breve, se Deus quiser.

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Oba! Prontas para mais um pedal! Foto: Pilar Alejandra
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Parte do morro mais difícil do dia. Foto: Luciana Vieira
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Hortênsias! Como adoro ver flores pelo caminho! Foto: Luciana Vieira
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Pausa para descansar e observar a beleza do lugar. Foto: Pilar Alejandra

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Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

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