Nova Trento

Apesar de estar próxima à Florianópolis, não conhecia a cidade de Nova Trento, considerada a Capital Catarinense do Turismo Religioso e onde viveu a Madre Paulina que se tornou santa pela Igreja Católica. De cultura italiana, sendo que muitos imigrantes vieram da cidade de Trentini, vinhos e massas são facilmente encontrados na região. Há também inúmeros córregos e cascatas para a prática de ecoturismo e turismo rural. Porém, o site da Prefeitura de Nova Trento diz que:

…é da fé que Nova Trento faz o seu maior patrimônio. Além dos dois Santuários*, Nova Trento possui mais de 30 igrejas e capelas, distribuídas ao longo das localidades e bairros. Simplesmente um lugar para meditar, percorrer caminhos de fé, renascer e ser feliz, em meio a natureza, na cidade onde viveu a primeira Santa do Brasil.

*Os dois santuários são da Madre Paulina e de Nossa Senhora do Bom Socorro.

A chance de estar em Nova Trento surgiu por meio de um passeio de bicicleta. Sim, só ela mesmo por me dar tantas oportunidades de conhecer novos lugares!

Pedalatrento

O passeio que participei foi o Pedalatrento em sua quarta edição no dia 15 de novembro de 2015 (feriado – Dia da Proclamação da República). Eu e o meu amigo Marcos saímos de carro bem cedo de Florianópolis até Nova Trento. Encontramos os demais amigos na Praça del Comune e nos preparamos para a empreitada do dia. Sol com clima ameno e agradável me ajudou a fazer um bom pedal em trajeto de 45 km (ida e volta), sendo a maior parte em estrada de terra. Emocionante estar pedalando junto com tantas pessoas e ver o espetáculo da natureza e a resistência dos casarões antigos. Nesse dia, vi o Santuário Madre Paulina de longe.

Houve pausas para hidratação, alimentação e reagrupamento. Almoçamos no Sítio do Elizeu com muitas delícias e teve sorteio de vários brindes. No retorno, o sol estava forte e muita gente não deu conta nas subidas. Certo momento, ciclistas empurravam as suas bicicletas e eu fui os ultrapassando. Logo se aproximou um carro e eu não quis parar e dar passagem ao motorista. Todo o meu esforço ia se perder. Olhei o motorista e sinalizei com uma de minhas mãos pedindo para eu continuar a subida. Ele ficou atrás de mim e foi devagar em seu carro pelo lado esquerdo da estrada. Quando não havia ciclistas em minha frente, pude ir para o lado direito da pista e deixei o motorista me ultrapassar. Eu agradeci pela parceria e ele deu uma leve buzina. Muito bom! Era o morro mais difícil do dia e fiquei feliz de concluir a subida sem empurrar a bike. Ai, como fico feliz quando acontece isso!

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Praça del Comune. Foto: Pedalatrento
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Aguardando o início do pedal na Praça del Comune. Foto: Marcos de Oliveira
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Um dos casarões antigos pelo caminho. Foto: Pedalatrento
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Lindo de ver tanta gente pedalando! Foto: Osdair Ferreira

Segunda vez

Em 18 de setembro de 2016, voltei à Nova Trento para participar do passeio organizado pela Ciclo Vil Bike e Pedal Continente em sua sexta edição. O dia começou chuvoso e todos os ciclistas foram juntos de ônibus até Nova Trento. Assim que pus os meus pés no chão ao sair do veículo, escutei um lindo canto de uma criança que vinha do Santuário Madre Paulina. Ela cantava em um coro de vozes adultas. Que canto mais penetrante! Fiquei emocionada e agradeci a Deus pela minha vida e pelas pessoas do meu convívio. Enquanto almoçávamos, a equipe da Ciclo Vil e do Pedal Continente tirava as bikes do caminhão. Eu me diverti ao procurar minha bicicleta estirada no chão e todas elas estavam identificadas com números dos respectivos proprietários.

O pedal foi de Nova Trento a São José em percurso, segundo o meu Strava, de 81,7 km com 888 metros de altimetria, sendo a maioria em estrada de terra em uma tarde de tempo nublado e clima agradável. A maioria dos ciclistas pedalava em ritmo forte e tive dificuldade de acompanhá-los em alguns momentos. Vi muita coisa linda como crianças correndo até a frente de suas casas para nos ver de perto. Tomara que elas queiram a bicicleta como meio de transporte e de lazer! Quando chegamos à marginal da BR 101, na região do município de Antônio Carlos, ganhamos o apoio da polícia até chegarmos a São José. Já era noite quando terminamos o pedal espetacular e fiquei feliz da vida por não empurrar a bike. Viva!

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No Santurário Madre Paulina. Foto: Marcos de Oliveira
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Lugar belo e aconchegante! Foto: Luciana Vieira
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Diante do mar de bicicletas!
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Cara feia em certo momento, mas com alma em festa! Foto: Fabrício Leite
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Cara feliz! Foto: Fabrício Leite

Nova Trento

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Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

7 comentários Deixe um comentário

  1. Quando a bicicleta foi criada talvez ñ imaginava-se q fosse tão importante para nós seres humanos tão condicionados ao conforto. E quando alguém escreve tão bem sobre suas aventuras em duas rodas, que com elegancia pode torná-la um meio de transporte e objeto esportivo, temos a certeza q a vida pode ser + linda em contato com a natureza, sendo melhor e feliz a cada dia. Transforme tudo pedalando! Melhore tudo pedalando! Pedale sempre! Força, saúde e melhoras sempre.

  2. Obrigada pelo incentivo, Ag! Sim, quero estar sempre pedalando por aí, pois, como você disse, tudo se transforma e se melhora na vida! Constatar que dá para ver a beleza da vida é uma das alegrias do pedal, principalmente no contato com a natureza. Um abraço da Lu!

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