Na parte baixa do Vale Europeu
Tantos lugares que estou conhecendo por meio da bicicleta… Tantos cantos lindos por aí! Não há lugar feio. O que existe é falta de cuidado. Deus criou a natureza para nós e nos deu a responsabilidade de cuidar dela. Gosto demais de estar ao ar livre, de ficar de cara com a natureza. Muito melhor do que viver entre quatro paredes que muitas vezes me sufoca. Lá fui eu conhecer uma parte do Vale Europeu. Não, não saí do Brasil. Trata-se do Vale Europeu aqui em Santa Catarina, pertinho de Florianópolis!
As cidades de Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó são integrantes do Vale Europeu e se uniram para oferecer o que tem de bom e melhor a todas as pessoas, com muitas atrações envolvendo lazer, diversão, cultura e gastronomia.
Ah, como é bom saber que esses nove municípios pensaram também nos ciclistas! Criaram um circuito de 300 km de sete dias de pedaladas, com pernoite em local diferente. Assim, dá uma média de 50 km por dia. Há ciclistas que fazem o circuito em menos dias e isso depende do preparo físico e do objetivo de cada um. O trajeto possui sinalização nas estradas, começa e termina na cidade de Timbó, passando por todos os municípios integrantes do Vale Europeu. Se desejar, pode adquirir um guia com mapas e planilhas de orientação e receber um passaporte com direito a um certificado de conclusão do circuito. Recomendo saber mais sobre o cicloturismo no Vale Europeu neste endereço: http://cicloturismo.circuitovaleeuropeu.com.br/

Marquei as minhas férias para outubro de 2015 desejando realizar o circuito completo no Vale Europeu. Como não houve número suficiente de participantes para os setes dias de pedal, a empresa Caminhos do Sertão me ofereceu o roteiro de três dias na parte baixa (menos subidas) do Vale Europeu e topei na hora. Por algum motivo, não era o meu momento de pedalar por sete dias do circuito. Vai haver outra oportunidade!
Então, no período de 10 a 12 de outubro de 2015 tive a felicidade de pedalar na parte baixa do Vale Europeu com cinco participantes, dois guias e um motorista da van da Caminhos da Sertão. Um grupo pequeno muito unido e com muita vontade de curtir o passeio. Havia um casal de Florianópolis! Hoje eu e esse casal nos encontramos eventualmente no pedal de sábado na nossa cidade. Uma das alegrias da bicicleta é ganhar novos amigos. Dos amigos ciclistas mais próximos, a nossa amizade fica mais forte e sólida a cada pedalada!
O encontro dos participantes foi em Florianópolis e viajamos de van até a cidade de Doutor Pedrinho, onde almoçamos no Restaurante Cristofolini e começamos a pedalar até Timbó. O dia estava nublado e quente. Pegamos chuva em alguns momentos do percurso e os pingos que me atingiam eram de lavar a minha alma. O trajeto de 35 km do primeiro dia teve estrada de terra, paralelepípedos e asfalto, com subida acumulada de 380 metros, e passamos pela cidade de Benedito Novo. Ficamos todos os dias à noite no Timbó Park Hotel, estabelecimento que recebe bem os ciclistas, inclusive possui local para guardar as bicicletas. A estadia nesse hotel foi muito boa e pude descansar bem para encarar o desafio de cada dia. Jantamos no Restaurante Thapyoka, considerado o ponto inicial para pedalar pelo Vale Europeu. Nesse lugar também se obtém o certificado de conclusão se completar todo o circuito. Timbó é uma graça de cidade! Gostei de ver que há ciclovias e ciclofaixas.


No segundo dia, após o delicioso café da manhã no hotel, partimos para o pedal até a cidade de Pomerode. Almoçamos ao ar livre na Ponte Miguel Redlinski do rio Ada, em Rio dos Cedros. Nesse dia teve a subida mais difícil na divisa entre Pomerode e Rio dos Cedros, em estrada de terra, dos três dias do passeio e consegui pedalar sem empurrar a bicicleta. Fiquei muito feliz com essa conquista! Nesse dia também teve a descida mais inclinada e não longa, em estrada de terra. Após as explicações dos guias de como é a descida, Luluzinha se preparou e respirou. Desci em alta velocidade! Sem usar os freios! Minhas pernas ficaram próximas do quadro da bicicleta para ganhar firmeza na descida (não deixar a bike balançar). Joguei o meu quadril um pouco pra trás do selim. Só precisei frear pausadamente quando estava chegando à parte plana da rua. Talvez foi a descida mais rápida que fiz até o momento. Como se diz hoje: uma descida muito animal! O trajeto resultou em 55 km com 750 metros de subida acumulada. Amei a cidade de Pomerode! Muito linda! Assim como Timbó, também possui ciclovias e ciclofaixas. Após a visita e jantar na Cervejaria Schornstein em Pomerode, retornamos ao hotel em Timbó de van.


Na Ponte Miguel Redlinski, em Rio dos Cedros, onde almoçamos ao ar livre.


No terceiro e último dia, o pedal foi de Timbó a Rodeio, com percurso de 55 km e subida acumulada de 820 metros. Considerei o dia mais quente do passeio, almoçamos ao ar livre em Indaial e passamos por Ascurra antes de chegar a Rodeio. As estradas de terra de todos os dias, apesar da chuva, estavam boas para o nosso trânsito e muitas delas eram largas. Terminamos o passeio em Rodeio e voltamos de van até Timbó. Resolvemos tomar banho no hotel antes de retornar para Florianópolis, pois pegamos chuva durante a pedalada. Ainda no hotel, lanchamos e tivemos uma maravilhosa confraternização de despedida. O meu coração já estava triste por terminar o passeio e se separar das pessoas que conheci nesses três dias. Ao mesmo tempo, alegre por Deus me dar mais uma oportunidade de ver lugares encantadores de bicicleta.
Confraternização maravilhosa de despedida.
Fazia parte dos meus planos de retornar para o Vale Europeu em 2016 a fim de pedalar a parte alta ou o circuito completo. Várias vezes a concretização dos meus sonhos se sai muito melhor do que eu imaginava e planejava. Deus me presenteou com a parte alta em novembro de 2016 e contarei no próximo post! Como é bom estar junto da natureza de bicicleta e com pessoas maravilhosas!
Luciana Vieira Visualizar tudo →
Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com