Pedalando nas Encostas da Serra Geral

Quando marquei as minhas férias para outubro de 2014, era meu desejo fazer o meu primeiro cicloturismo. Isso mesmo! Conhecer novos lugares de bicicleta! É incrível como ela proporciona tantos prazeres em minha vida. Até viajar! Lá fui eu fuçar na internet… Encontrei no Facebook o convite do Pedal Nativo para pedalar por dois dias nas encostas da serra, abrangendo os municípios catarinenses de Leoberto Leal, Rancho Queimado, Taquaras, Anitápolis e Santa Rosa de Lima. Perfeito! Pertinho de Floripa! Todas essas localidades fazem parte de um lindo trabalho chamado Acolhida na Colônia que falarei mais adiante.

Consegui mais informações com um dos organizadores do passeio e, assim, decidi participar. Naquela época ainda não tinha muita experiência de pedalar em grupo e subir morro como hoje. Porém, eu estava consciente de que haveria muitos morros durante o trajeto e sabia que não iria aguentar em todas as subidas. Fiquei tranquila e segura por contar com uma van de apoio em todo o passeio. Para se ter uma ideia, o primeiro dia teve 1.400 metros de subidas acumuladas em cerca de 58 km de percurso, começando em Leoberto Leal, passando por Taquaras e terminando em Rancho Queimado. No segundo dia foram 1.460 metros de subidas acumuladas em uns 71 km de trajeto, começando em Rancho Queimado, passando por Anitápolis e concluindo em Santa Rosa de Lima.

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Ao meu lado, a querida Letícia de Oliveira Leite. Foto: Fábio Barbosa Almeida – Pedal Nativo

O pedal nas encostas da serra nos dias 8 e 9 de novembro de 2014 entrou na minha vida como o meu primeiro cicloturismo. A gente não esquece o primeiro beijo, o primeiro namorado, o primeiro emprego, não é mesmo? Da mesma forma, gosto de me lembrar do meu primeiro pedal para o trabalho, do meu primeiro pedal em grupo, do meu primeiro pedal para o Morro da Cruz, do meu primeiro cicloturismo… Essas lembranças são marcantes e determinantes na minha vida. Afinal, quero continuar pedalando por aí. Em toda a minha vida, nunca conheci tantas novas pessoas e muitos novos lugares como agora! E isso tudo por meio da bicicleta!

Como era esperado, precisei empurrar a bicicleta em alguns morros e entrar na van por não aguentar o trajeto. O sol forte nos dois dias de pedal me surpreendeu e me atrapalhou bastante, mas isso não estragou o passeio. Dentro da van, tive a companhia agradável do motorista Denilson Madruga que também é ciclista e pude contemplar cada pedaço espetacular do lugar por onde passávamos. Ao mesmo tempo, observava os valentes ciclistas que estavam em nossa frente. Eu vibrei com cada subida que eles conseguiam concluir!

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Ciclistas que me inspiraram e me deram bom exemplo de pedalar bem e com alegria! Foto: Denilson Madruga – Pedal Nativo

No primeiro dia, ficamos hospedados na Pousada Bauer, em Rancho Queimado, onde tivemos um caloroso acolhimento da família. Jantar e café da manhã com produtos orgânicos deliciosos e feitos pela própria família. Com esse tratamento, ganhamos um bom descanso e ficamos dispostos para o segundo dia de pedal. Nesse último dia vi o morro mais difícil, em minha opinião, de dentro da van, em Santa Rosa de Lima, no final do passeio. Era a subida de antes de chegar à Pousada Doce Encanto, onde tivemos um saboroso café colonial preparado pela família do lugar. Assim, terminaram os dois dias de cicloturismo e todos nós voltamos com sorriso largo no rosto para casa!

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Na Pousada Bauer. Foto: Pedal Nativo

Tempos atrás, li reportagens sobre turismo rural e uma delas apresentava um dado assustador. Se continuarmos do jeito que está hoje, a tendência é ter 90% da população concentrada nas cidades. Somente 10% vivendo no meio rural! Isso significa que quase não teremos mais alimentos naturais. Significa que teremos muitos mais alimentos industrializados. Isso é um pesadelo para mim! Pode significar mais destruição na natureza. Pode significar muitos de nossos descendentes sem ter o prazer de viver em campo. Então, meus aplausos para a Acolhida na Colônia, em que os agricultores se uniram a fim de fortalecer as suas atividades através do turismo. Ao mesmo tempo, é uma forma de fazer com que os seus filhos permaneçam no campo. Que nós e o poder público convertamos esse dado assustador de apenas 10% das pessoas morando no meio rural. Por causa dos meus pedais nas estradas rurais, tenho vontade de ter uma casa no campo. E quem sabe morar! Não quero fazer parte de 90% de pessoas vivendo no meio urbano! A bicicleta tem feito abrir os meus olhos para o futuro!

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Feliz por pedalar num lugar lindo! Quem sabe terei uma casa aí no futuro. Foto: Felipe Munhoz – Pedal Nativo

Convido a conhecer estes sites:

Acolhida na Colônia: http://acolhida.com.br/

Os organizadores Fábio Barbosa Almeida e Felipe Munhoz do pedal nas encostas da serra têm seus blogs muito bons! Seus relatos também me inspiram a escrever neste meu blog Aquela que pedala.

Pedal Nativo: https://pedalnativo.com.br/ e possui página no Facebook.

Preciso Pedalar: https://precisopedalar.com/ e também há página no Facebook.

Outros lugares

Luciana Vieira Visualizar tudo →

Blog que compartilha a minha alegria em pedalar. Evidente que não há só alegria, porque sabemos muito bem que o nosso país não valoriza os ciclistas. Melhor dizer: não pensa em todas as pessoas como os pedestres, os cadeirantes e os idosos. Além das experiências de minha vida como ciclista, este espaço trata sobre outros temas, mesmo não tendo relação com a bike. Dou um alerta: o fato de gostar de pedalar não significa que sou especialista nessa temática. Aqui são histórias, opiniões, relatos, o que vier da minha mente e eu julgar interessante de contar. Na primeira postagem deste blog, convido a ler sobre o motivo de se chamar Aquela que pedala. Quem escreve? Sou a Luciana Vieira, tenho deficiência auditiva e moro em Florianópolis/SC. Atuo como assistente administrativa em empresa federal de energia elétrica e, desde 2013, procuro usar a bicicleta para me deslocar ao trabalho. Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é a minha formação acadêmica e não exerço a profissão. Sempre gostei de escrever e já tive o prazer de dar uma de escritora em blogs de amigos como o Máquina de Letras. Mais segura em escrever e expor no meio virtual, decidi ter o meu próprio cantinho. E assim Aquela que pedala vem a ser a varanda de meus escritos. Sugestões, opiniões, críticas? Escreva para o e-mail aquelaquepedala@gmail.com

8 comentários Deixe um comentário

  1. É muito bom termos recordações daquilo que fizemos e que nos fez feliz. Parabéns pela tua força de vontade e tua determinação. Continue assim.

  2. Parabéns pelo blog e pelas pedaladas, Lu. Ainda nesta terça pela manhã passei por você na Beiramar. Estava um clima úmido e frio e deu gosto de te ver indo para o trabalho de bike. Vamos em frente!

    • Olá, Fábio! Que bom que você gostou daqui! Eu não vi você e realmente estava um clima úmido e frio. E foi assim até o dia de hoje, sexta-feira. Enquanto eu estiver em boas condições, vou pedalando!

  3. Olá Luciana: conheci sua página hoje. Bem legal os relatos lá pela serra. Sou amigo da Fábio e tenho um blog., Pedal na Melhor Idade. Parabéns e continue no pedal. Abc

  4. Olá Luciana. Procurando relato de pedais pela região de Taquaras,Rancho Queimado, achei esse seu, que acredito ser o primeiro do blog. Conheço bem a região, aonde estive em viagens e passeios, diversas vezes. Parabéns pelo relato e por continuar na ativa , tanto nos pedais como no blog. Conheço o Fábio Almeida, com quem já fiz 2 pedais e também o Felipe. Tenho blog desde 2011: Pedal na Melhor Idade (melhoridade.odois.org) e participo do grupo Odois(cicloviagens): dois.org. Grande abc.

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